O Grupo STEF registou no primeiro semestre de 2025 um crescimento de 6,4% no volume de negócios, impulsionado sobretudo pela logística alimentar em França, Portugal e Espanha, mas os resultados líquidos caíram devido a fatores excecionais como um ajustamento de IVA em Itália, maior carga fiscal em França e os custos de integração de aquisições no Benelux.
O Grupo STEF apresentou os resultados do primeiro semestre de 2025 com sinais mistos: se, por um lado, o volume de negócios aumentou 6,4% face ao mesmo período do ano passado, atingindo 2.474,1 milhões de euros, por outro, os resultados líquidos foram fortemente penalizados por acontecimentos extraordinários.
O resultado operacional caiu para 55,9 milhões de euros (-47,6%), enquanto o lucro líquido consolidado recuou 76,7%, para 15,8 milhões de euros. Segundo Stanislas Lemor, presidente e diretor-geral da STEF, o semestre foi marcado por “um bom desempenho da atividade”, mas também por três fatores excecionais: uma regularização de IVA em Itália, a subida da carga fiscal em França e os custos de integração das aquisições recentes no Benelux.
França resiliente, Portugal em expansão
Em França, mercado mais relevante do grupo, a STEF conseguiu manter resiliência. A atividade de Food Service e de logística retalhista registaram forte dinamismo, com novos contratos a reforçar a carteira de clientes. Já a divisão de produtos congelados foi afetada pela retração do consumo e pela reorganização do setor da distribuição alimentar.
Em Portugal a evolução continua positiva, com a abertura de uma nova unidade logística no norte prevista para breve, reforçando a rede nacional de armazenagem e transporte de produtos alimentares. Também em Espanha a aquisição da Montfrisa permitiu ganhos de quota de mercado e consolidação da oferta de serviços ao setor agroalimentar ibérico.
Impacto internacional desigual
O desempenho internacional apresentou contrastes. Em Itália, a provisão de 31 milhões de euros para ajustar o IVA impactou fortemente os resultados, apesar de a atividade comercial manter estabilidade. Já nos Países Baixos e na Bélgica, os custos de integração de empresas recentemente adquiridas penalizaram a rentabilidade. O Reino Unido manteve um desempenho equilibrado, com ligeira descida nos volumes compensada pela variação cambial positiva.
Rumo ao crescimento até 2026
Apesar das dificuldades pontuais a STEF mantém a ambição definida no seu plano estratégico 2022-2026: atingir um volume de negócios de cinco mil milhões de euros até 2026 e consolidar a liderança logística alimentar em todos os mercados onde opera.
A aquisição, no final de agosto, da empresa suíça Christian Cavegn AG vem reforçar este posicionamento, oferecendo à STEF Suíça uma cobertura territorial completa e maior capacidade para responder às exigências de produtores, distribuidores e retalhistas do setor alimentar.
“Estes resultados não traduzem o verdadeiro potencial do grupo nem a solidez da nossa visão de longo prazo”, sublinha Stanislas Lemor, reforçando o compromisso da STEF em continuar a apoiar os parceiros da indústria alimentar na construção de cadeias de abastecimento mais seguras, sustentáveis e eficientes.
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