A automação está a contribuir de forma muito positiva e significativa para a indústria, como afirmou Luis Manuel Martínez, especialista do Mercado de Alimentos e Bebidas da Beckhoff Automation. O especialista explicou os benefícios do sistema XPlanar, uma tecnologia de levitação desenvolvida pela empresa que elimina o contacto mecânico nos processos industriais, reduzindo o desgaste e o consumo de energia, e trazendo maior flexibilidade aos processos. Durante a apresentação, Martínez defendeu a aplicação da tecnologia para o progresso da indústria, para a qual “hoje é necessário conectar todas as inovações, e essa conexão traz colaboração entre os diferentes campos e também se comunica”.
Da mesma forma, Óscar Palacín, Investigador de Robótica da Eurecat, destacou a robotização do campo como uma necessidade face aos desafios das alterações climáticas, do despovoamento rural e do envelhecimento. O centro tecnológico está a supervisionar e a apoiar novos projetos de sensores, mapeamento, análise e transporte para os aplicar à realidade do setor. “Temos muita tecnologia desenvolvida e muito conhecimento. Portanto, o valor na produção de alimentos é aplicar isso no processo do produto. Neste momento, estamos a aplicar o conhecimento e a tecnologia no terreno”, afirmou.
John Amin, diretor executivo da INTECH3D, sublinhou o importante papel do fabrico aditivo como acelerador da inovação na indústria. Graças à tecnologia 3D, é possível reduzir os prazos de entrega, melhorar os desenhos, otimizar o desempenho e melhorar as peças, bem como facilitar a manutenção das máquinas. “O impulso da tecnologia é muito grande. Ainda não estamos a aproveitar a tecnologia tanto quanto deveríamos, porque temos demasiadas pessoas e não as suficientes. Quando tivermos realmente compreendido e interiorizado o que é a digitalização, poderemos otimizar todos os processos e tirar o melhor partido da tecnologia”, afirmou.
O valor da recolha de dados também foi destacado por Julen Plazaola, técnico de Eficiência Energética da Gradhoc Smart, que detalhou as vantagens oferecidas pela IA para tornar o consumo de energia mais eficiente. Isto é conseguido através da combinação desta tecnologia com soluções de gémeos digitais, IoT e aprendizagem automática, algo que a sua empresa faz. “Num supermercado em Barcelona, conseguimos uma redução de 35% no consumo de energia. A IA não só melhora os processos, como também aumenta a sustentabilidade”, afirmou Plazaola.
Por último, Christian Klein, Diretor Executivo da UMYNO Solutions, apresentou uma plataforma que acelera o desenvolvimento de produtos através da previsão das tendências e preferências dos consumidores. “A chave é eliminar a dependência do Excel e dar lugar a um 'piloto automático' que liga o ERP à realidade do mercado”, explicou. O maior desafio é a dúvida por parte da indústria. Ainda existem barreiras e isso pode traduzir-se num fosso digital no futuro. Não hesitem: comecem com pouco e ultrapassem a relutância em dar o salto”.
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