O Passaporte Digital de Produto está a emergir como uma ferramenta chave para melhorar a transparência e a sustentabilidade na indústria de embalagens e não só. A sua implementação irá simplificar a recolha, a gestão e o acesso à informação sobre produtos e embalagens, eliminando a necessidade de documentação em papel e facilitando a rastreabilidade dos materiais, de acordo com o boletim informativo da feira Interpack.
O Passaporte Digital de Produto (DPP, na sigla em inglês) visa trazer clareza à indústria, tornando os dados sobre embalagens facilmente acessíveis. Durante anos, a gestão de materiais, a rastreabilidade dos produtos e a conformidade regulamentar foram desafios para a indústria. Com a digitalização abrangente da cadeia de abastecimento, este sistema permite o acesso a informações em tempo real, eliminando a necessidade de troca repetitiva de documentos físicos.
Impulsionar a economia circular
A procura de maior transparência sobre a origem, a composição e a reciclabilidade das embalagens está a aumentar entre os consumidores e as entidades reguladoras. A implementação do DPP responde a estes requisitos legais e torna mais fácil para os compradores fazerem escolhas mais informadas com base em dados acessíveis. Isto reforça o objetivo de construir uma economia circular mais eficiente e sustentável.
Informações importantes na ponta dos dedos de um scanner
O Passaporte Digital de Produto também introduz uma nova experiência para os consumidores. Através de uma simples leitura com o telemóvel, é possível aceder a informações detalhadas sobre a embalagem de um produto, incluindo os materiais utilizados, a sua reciclabilidade e as recomendações de eliminação. Este nível de transparência reforça a confiança dos consumidores em termos de sustentabilidade e facilita práticas de consumo mais responsáveis.
Garantir a conformidade regulamentar
O DPP não só beneficia os consumidores, como também ajuda as empresas a garantir a conformidade com os regulamentos europeus e nacionais. Através do acesso digital, as empresas podem verificar se as suas embalagens cumprem as normas exigidas, o que se traduz em poupanças de tempo e de custos, bem como numa redução do risco de sanções.
Desafios de implementação
Apesar das suas vantagens, a introdução do Passaporte Digital para os Produtos Agrícolas apresenta desafios significativos. A normalização dos dados e a sua integração nos sistemas existentes podem apresentar dificuldades organizacionais e tecnológicas para as empresas. No entanto, o seu desenvolvimento é fundamental para facilitar a transição para uma gestão mais eficiente e digitalizada.
Um sistema obrigatório até 2030
Até 2030, a DAP será obrigatória para todos os grupos de produtos na União Europeia. Conforme estipulado no Regulamento de Conceção Ecológica da UE, a implementação terá início progressivamente em 2027, afetando empresas de vários setores que fabricam, comercializam ou operam produtos no mercado europeu. O principal objetivo é proporcionar a máxima transparência aos consumidores, empresas e reguladores através da conetividade digital, permitindo uma colaboração conjunta na transição para uma economia circular.
Para os consumidores, isto significará a possibilidade de tomar decisões de compra mais sustentáveis e baseadas em dados. Para as empresas, representará uma oportunidade para gerir, otimizar e melhorar a eficiência das cadeias de abastecimento.
A informação contida no DPP será acessível através de códigos QR, tecnologia NFC ou RFID. Os dados incluirão informações normalizadas relevantes para cada tipo de produto, como os materiais utilizados, o conteúdo químico, a possibilidade de reparação, a disponibilidade de peças sobresselentes, as instruções de montagem e as diretrizes de eliminação em fim de vida. Este sistema abrangerá todo o ciclo de vida do produto, garantindo um acesso transparente e eficiente a informações essenciais para todas as partes interessadas.
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