Os investigadores analisaram oito investigações anteriores que incluíram dados de sete ensaios clínicos randomizados que avaliaram diferentes intervenções baseadas na substituição do consumo de carne por alternativas de base vegetal, formuladas através de proteínas extraídas de cogumelos, vegetais e/ou leguminosas, aplicadas a um total de 369 adultos livres de doença cardiovascular. Esta é a primeira revisão sistemática e meta-análise que procurou determinar a eficácia da substituição da carne pelas alternativas à base de plantas disponíveis no mercado atual em termos de parâmetros de saúde cardiometabólica, que após o recente documentário baseado no artigo do professor C. Gardner da Universidade de Stanford, continuam a aumentar a sua popularidade na sociedade.
Os resultados, embora poucos estudos tenham explorado os seus efeitos, reafirmam os potenciais benefícios da substituição do consumo de carne por estas alternativas de origem vegetal na saúde cardiometabólica. É de salientar que estes produtos simulam a carne em termos de caraterísticas organolépticas (textura, aroma, sabor) e de composição nutricional, pelo que podem ser considerados como um passo preliminar na transição para dietas mais à base de plantas, sem renunciar à “experiência de comer carne”.
“Este estudo mostra que a substituição da carne por alternativas à base de plantas tem um efeito positivo em alguns parâmetros cardiometabólicos, como o colesterol LDL, mesmo em períodos curtos de uma semana”, diz o investigador Fernández Rodríguez, que também menciona uma lacuna importante na literatura científica:”o mercado de produtos à base de plantas está em expansão e será necessário explorar como estas alternativas podem ter impacto na saúde cardiometabólica a longo prazo, e mesmo noutros aspetos fundamentais, como a saúde mental e a microbiota. Além disso, é importante salientar que estes efeitos podem ser maiores em pessoas que têm valores de colesterol mais elevados ou um pior perfil de saúde cardio-metabólica, e que podem ser utilizados como um trampolim para uma transição para uma dieta mais baseada em vegetais, reduzindo o consumo de produtos à base de carne, o que teria benefícios não só para a saúde das pessoas, mas também para o ambiente.
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