Segundo a empresa o acordo tem dois objetivos: por um lado, oferece a possibilidade de obter uma matéria-prima de alta qualidade, o óleo de pirólise, que pode substituir o óleo de origem fóssil na produção de novos polímeros. Por outro lado, visa consolidar a reciclagem química do polietileno proveniente das embalagens de cartão para bebidas recicladas uma vez extraída a fibra de papel.
Este acordo surge numa altura em que está a ser desenvolvida uma nova legislação sobre embalagens e resíduos de embalagens. No caso do PPWR, para os países da União Europeia (UE), foram estabelecidos objetivos para o conteúdo de plástico reciclado das embalagens, incluindo as embalagens de cartão para bebidas, em concreto: até 2030, 10% de plástico reciclado e, até 2040, 25% de plástico reciclado. O acordo também posiciona Espanha como o primeiro país da UE a fazer progressos na consolidação da reciclagem química e onde as empresas estão a apostar e a investir na inovação.
Antes da assinatura do acordo ambas as empresas realizaram, na unidade industrial de Toledo, testes industriais que tiveram como objetivo validar a tecnologia aplicada ao polyal. O resutadop, refere a Tetra Pak, foram 750 toneladas de polietileno recicladas, em 2023 e 2024.
Findo os testes a ambição passa agora “pela expansão da capacidade da Preco através da construção de uma unidade de reciclagem química, em Puertollano, entre 2025 e 2026”. Sendo que, acrescenta a Tetra Pak, essa unidade, que já dispõe de todas as autorizações e licenças, implicará um investimento de 30 milhões de euros. A fábrica vai dispor de um abastecimento estável de 15.000 toneladas de resíduos de polyal, por ano, provenientes de embalagens de cartão para bebidas, após a extração da fibra de papel.
O processo de reciclagem química baseia-se num sistema de pirólise contínua com entrada de calor, em ausência de oxigénio e utilizando resíduos plásticos pós-consumo como matéria-prima. Posteriormente, procede-se à decomposição molecular dos resíduos e os gases condensáveis são sintetizados em produtos químicos. Por fim, os polímeros obtidos na condensação são submetidos a processos de purificação e refinamento para garantir a sua qualidade e eliminar as impurezas. Uma vez que tudo é realizado numa atmosfera sem oxigénio, não há combustão e os regulamentos aplicáveis em matéria de emissão de gases são respeitados. Ao decompor os plásticos nos seus componentes originais, a reciclagem química oferece a possibilidade de obter uma matéria-prima de alta qualidade, o óleo de pirólise, que pode substituir o óleo fóssil virgem para a produção de novos polímeros. Para realizar estes testes num ambiente especializado e controlado, a Preco coloca à disposição a sua supervisão especializada na conceção e execução de processos de reciclagem e as capacidades tecnológicas de um dos módulos da sua fábrica de reciclagem de Toledo.
Sobre este acordo Chakib Kara, diretor-geral da Tetra Pak Ibéria, afirma: “o nosso compromisso com a inovação colaborativa é forte e estamos muito entusiasmados por assinar este acordo com parceiros especializados na gestão, na reciclagem e na valorização eficiente e sustentável dos resíduos, que se transformam em novos recursos. Enquanto parte da indústria de embalagens, temos uma responsabilidade e estamos empenhados em manter a segurança alimentar e, simultaneamente, promover a circularidade.”
Juan Baena, presidente da Preco, por seu lado destaca: “estamos muito satisfeitos com o bom desempenho da primeira fase deste projeto. Esta parceria lança as bases para alcançar a reciclagem química e reforça o nosso posicionamento na reciclagem química de plásticos, com tecnologia comprovada, 100% espanhola e desenvolvida pela Neoliquid. Temos um conhecimento profundo do setor dos plásticos, uma grande capacidade de conceção e de gestão de instalações de reciclagem com resíduos zero”.
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