Cinco dicas para compreender a explosão do consumo de bebidas sem ou com baixo teor de álcool

1. Preços no supermercado: o “pecado” é o que mais sobe

O último Índice de Preços no Consumidor (IPC) revela uma tendência de subida do preço da cerveja sem álcool e com baixo teor alcoólico (+4,1% em novembro de 2024), enquanto outras categorias como a lager reduziram o seu preço em 0,3% e o vinho de uva aumentou 1,9%.

Trata-se de uma tendência que se manteve no último ano, com a cerveja sem álcool e com baixo teor alcoólico a registar o maior aumento de preços, exceto em raras ocasiões.

2. Consumo doméstico: o álcool diminui

De acordo com os últimos dados de julho do Relatório sobre o Consumo Alimentar em Espanha do Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação (MAPA), a procura de bebidas espirituosas diminuiu 0,7%. A procura de cerveja também diminuiu 3,3% e o volume de vinho e bebidas derivadas do vinho diminuiu 4,8% num ano.

Na mesma linha, a revisão anual de 2023 regista uma diminuição do consumo de litros de vinho de 4,5%, de cerveja de 3,9% e de bebidas espirituosas de 3,3%. No entanto, as bebidas derivadas do vinho resistiram melhor e apenas reduziram ligeiramente a sua procura em 0,4%, devido a um menor consumo de tinto de verão em comparação com o vermute e a sangria.

3. Vendas nos supermercados

Os dados da consultora Circana mostram que a cerveja sem álcool melhorou a sua posição nos supermercados, com um aumento do volume de litros vendidos de 2,5%, superior à média da categoria (2,2%).

No total, foram comprados 233,6 milhões de euros de cerveja nos supermercados e hipermercados em Espanha, o que representa um aumento de 2,5% em relação ao ano anterior e um aumento muito mais acentuado do que a categoria geral, que apenas aumentou 0,9%, e a cerveja com álcool (+1,1%).

4. Uma tendência marcada pelos jovens

Há alguns dias, foi divulgado o estudo realizado pela cervejeira Heineken, em conjunto com a Universidade de Oxford e a empresa de consultoria Ipsos, que revelou que, em Espanha, 41% das pessoas da geração do milénio escolhem opções sem álcool quando saem, embora ainda exista alguma pressão social.

Numa radiografia geral dos espanhóis, 38% optam por bebidas não alcoólicas pelo menos uma vez por semana e 32% fazem-no nas suas saídas à noite, sendo que uma em cada cinco pessoas sente que tem de justificar a sua escolha de bebida não alcoólica.

Por outro lado, a Geração Z - os nascidos entre 1996 e 2010 - afirma que, em 21% dos casos, esconde essa escolha.

5. Os objetivos da DGT para 2025

A Direção Geral de Viação (DGT) fixou como objetivo para 2025 a redução da taxa de álcool ao volante para 0,10 miligramas por litro de ar respirado.

Para além destas medidas que marcam a agenda da DGT para um 2025 com taxa 0 ao volante, a administração está a estudar a retirada da carta de condução a pessoas com dependência de álcool, embora o regulamento já preveja essa possibilidade - mas são poucos os casos detetados.

De acordo com a DGT, o consumo de álcool esteve na origem de 26% dos acidentes mortais nas estradas em 2024. Nesse mesmo ano, foram realizados mais de 6 milhões de controlos de álcool e 100 000 controlos de drogas, um número que se espera manter em 2025.