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Contaminação alimentar

Os sacos de chá comerciais libertam milhões de microplásticos durante a sua utilização

14/01/2025
Uma investigação da Universidade Autónoma de Barcelona caracterizou em pormenor a forma como as saquetas de chá comerciais à base de polímeros libertam milhões de nanoplásticos e microplásticos na infusão. O estudo mostra, pela primeira vez, a capacidade destas partículas para internalizar células intestinais humanas, podendo mesmo transladar-se para o sangue e espalhar-se por todo o corpo.
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A poluição por resíduos plásticos representa um desafio ambiental crítico com implicações crescentes para o bem-estar e a saúde das gerações futuras. As embalagens de alimentos são uma fonte importante de poluição por microplásticos e nanoplásticos (MNPL) e a inalação e a ingestão são as principais vias de exposição humana.

Um estudo do Grupo de Mutagénese do Departamento de Genética e Microbiologia da UAB obteve e caracterizou com sucesso microplásticos e nanoplásticos derivados de vários tipos de saquetas de chá disponíveis no mercado. Os investigadores da UAB observaram que, quando estas saquetas de chá são utilizadas para preparar uma infusão, são libertadas enormes quantidades de partículas de tamanho nanométrico e estruturas nanofilamentosas, o que constitui uma importante fonte de exposição a MNPL.

As saquetas de chá utilizadas na investigação foram fabricadas com os polímeros nylon-6, polipropileno e celulose. O estudo mostra que o polipropileno, quando infundido, liberta cerca de 1,2 mil milhões de partículas por mililitro, com um tamanho médio de 136,7 nanómetros; a celulose liberta cerca de 135 milhões de partículas por mililitro, com um tamanho médio de 244 nanómetros, enquanto o nylon-6 liberta 8,18 milhões de partículas por mililitro, com um tamanho médio de 138,4 nanómetros.

Para caraterizar os diferentes tipos de partículas presentes na infusão, foi utilizado um conjunto de técnicas analíticas avançadas, tais como a microscopia eletrónica de varrimento (SEM), a microscopia eletrónica de transmissão (TEM), a espetroscopia de infravermelhos (ATR-FTIR), a dispersão dinâmica da luz (DLS), a velocimetria Doppler laser (LDV) e a análise de seguimento de nanopartículas (NTA).

“Conseguimos caraterizar estes poluentes de uma forma inovadora com um conjunto de técnicas de ponta, o que é uma ferramenta muito importante para avançar na investigação sobre os seus possíveis impactos na saúde humana”, afirma a investigadora da UAB Alba García.

Interação com células humanas observada pela primeira vez

As partículas foram coradas e expostas pela primeira vez a diferentes tipos de células intestinais humanas para avaliar a sua interação e possível internalização celular. As novas experiências de interação biológica mostraram que as células intestinais produtoras de muco foram as que mais absorveram microplásticos e nanoplásticos, tendo as partículas chegado mesmo a entrar no núcleo da célula, que alberga o material genético. O resultado sugere um papel fundamental do muco intestinal na absorção destas partículas poluentes e sublinha a necessidade de mais investigação sobre os efeitos que a exposição crónica pode ter na saúde humana.
Laura Rubio, Jéssica Arribas e Alba García no laboratório do Grupo de Mutagénese
Laura Rubio, Jéssica Arribas e Alba García no laboratório do Grupo de Mutagénese.
“É fundamental desenvolver métodos de ensaio normalizados para avaliar a contaminação por MNPL libertada pelos materiais plásticos em contacto com os alimentos e formular políticas regulamentares para atenuar e minimizar eficazmente esta contaminação. Dado que a utilização de plástico nas embalagens de alimentos continua a aumentar, é vital abordar a contaminação por MNPL para garantir a segurança alimentar e proteger a saúde pública”, acrescentam os investigadores.

O estudo foi realizado no âmbito do projeto europeu PlasticHeal, coordenado por Alba Hernández, professora do Departamento de Genética e Microbiologia da UAB. Participaram no estudo os investigadores do Grupo de Mutagénese da UAB Alba García Rodríguez, Ricard Marcos e Gooya Banaei, primeiro autor do artigo de investigação, com a colaboração de investigadores do Centro Helmholtz de Investigação Ambiental de Leipzig, Alemanha.

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