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GS1 Portugal desenvolve estudo sobre o desempenho do setor hortofrutícola

João de Castro Guimarães, diretor-executivo da GS1 Portugal09/12/2024

Analisar e comprovar a importância da cadeia de frio da distribuição, de modo a assegurar a qualidade dos produtos frescos, é o mote de um novo estudo da GS1 Portugal.

O estudo permitirá otimizar processos e melhorar a colaboração entre todas as partes envolvidas...
O estudo permitirá otimizar processos e melhorar a colaboração entre todas as partes envolvidas, para entregar os produtos com a máxima qualidade aos consumidores.

O estudo 'Tracking Hortofrutícolas' consubstancia uma análise abrangente sobre o desempenho de retalhistas (Auchan Retail Portugal; El Corte Inglés; E.Leclerc; MC Sonae) e fornecedores (100% Titular; B.ML.; Biofrade; Calcob; Campotec; Darlic; Domingos Manuel Gomes Ferreira; Ferreira da Silva; Frusantos; Granfer; Fiel; Luís Sabbo; Grupo Luís Vicente; Cacial; Patricia Pilar; Fruteco; Vale da Rosa; e Vitacress) na categoria de frescos (mais concretamente dos hortofrutícolas – frutas, legumes e legumes crus pré-embalados, a '4.ª gama') e focar-se-á em duas perspetivas fundamentais: a relação comercial e o nível de serviço logístico prestado.

Este trabalho será essencial para compreender as dinâmicas entre fornecedores e distribuidores, permitindo obter contributos valiosos, que podem vir a ser utilizados para otimizar processos e melhorar a colaboração entre todas as partes envolvidas, entregando os produtos com a máxima qualidade aos consumidores.

João de Castro Guimarães, diretor-executivo da GS1 Portugal

João de Castro Guimarães, diretor-executivo da GS1 Portugal.

Objetivos e Metodologia

A análise deverá proporcionar uma visão global e comparativa dos fornecedores, identificando pontos de melhoria e definindo ações corretivas que permitam aperfeiçoar o serviço e a colaboração em toda a cadeia.

A metodologia aplicada permite uma avaliação detalhada que se divide em dois blocos principais: a relação comercial, que abrange onze questões, e o nível de serviço logístico, composto por outras onze perguntas.

Esta abordagem minuciosa garante que todos os aspetos relevantes serão abrangidos e permite oferecer uma visão holística do desempenho dos fornecedores, o que será essencial para a definição e promoção de boas práticas, otimizando o desempenho de toda a cadeia até à entrega ao consumidor final.

Em termos logísticos, a integridade dos serviços e a qualidade percebida pelo consumidor dependem fortemente da gestão eficiente de diversos fatores inerentes à natureza dos produtos e à dinâmica do mercado. Neste âmbito, assumem um papel determinante para o sucesso da operação logística e para a satisfação do cliente a análise criteriosa de aspetos como a vida útil e o grau de frescura dos produtos, o cumprimento dos requisitos de temperatura, o nível de serviço durante campanhas promocionais ou períodos especiais e sazonais, bem como estado do produto no momento da entrega.

Os resultados serão apresentados em rankings, de acordo com o posicionamento de cada empresa em cada fluxo analisado.

Os retalhistas ponderam a importância das diferentes questões abordadas, o que permite a definição de prioridades claras em todo o processo e o seguimento de tendências do mercado em foco.

Conferência de apresentação do estudo 'Tracking Hortofrutícolas'

Conferência de apresentação do estudo 'Tracking Hortofrutícolas'.

Tendências Identificadas

O estudo 'Tracking Hortofrutícolas' da GS1 Portugal resulta de uma análise e adaptação à realidade nacional de metodologia adotada em Espanha, pela AECOC, que integra a congénere da GS1 Portugal naquele país. Esse estudo permitiu identificar várias tendências emergentes no setor hortofrutícola, entre as quais se destaca a crescente tensão existente na cadeia de valor provocada por fatores como a procura crescente por produtos locais e a evolução dos produtos eco/bio.

O foco na presença de proteínas alternativas às proteínas de origem animal e a valorização de práticas que privilegiem o bem-estar animal foram também tendências identificadas como crescentes, refletindo alterações relevantes nas preferências dos consumidores que devem ser acomodadas pelos produtores.

Adicionalmente, e refletindo uma tendência consolidada durante a pandemia, o estudo realizado pela GS1 Espanha, e que a GS1 Portugal consultou para desenhar a sua metodologia para a realidade nacional, constatou também um aumento do peso das compras online, por contraposição à compra nos canais tradicionais, nomeadamente nas lojas físicas.

Outro ponto crucial constatado foi a diminuição do uso de embalagens de plástico, que se tornou um desafio significativo para as marcas, influenciando diretamente a reputação setorial e as estratégias de venda, refletindo-se nas escolhas dos consumidores.

Estas tendências sublinham a necessidade de adaptação dos fornecedores, que devem estar atentos às mudanças no comportamento dos consumidores e às exigências regulamentares.

A capacidade de resposta e adaptação às necessidades e tendências do mercado é determinante para o sucesso futuro no setor hortofrutícola.

Prioridades do setor da distribuição

Neste estudo procura-se aferir a resposta local a estas tendências. As prioridades do setor da distribuição são evidenciadas através das cinco questões mais importantes identificadas pelos distribuidores: a flexibilidade dos fornecedores na resposta à solicitação de exceções, o nível de serviço em entregas padrão, o cumprimento da vida útil, o grau de frescura dos produtos servidos e o bom estado do produto na entrega. A capacidade de resposta dos fornecedores a promoções também é avaliada, destacando-se a importância de uma gestão eficiente e adaptável às exigências do mercado.

A atenção a estas prioridades é crucial para fortalecer a relação entre fornecedores e distribuidores, garantindo que as expectativas de ambas as partes são atendidas de forma eficaz. A possibilidade de responder rapidamente a mudanças e desafios é tida como um diferencial competitivo importante.

Relação comercial e nível de serviço

A relação comercial será avaliada com base em critérios que partem das políticas comerciais apresentadas. Já o nível de serviço vai considerar aspetos como a pontualidade e a qualidade das entregas.

Tendencialmente, os fornecedores que se irão destacar serão os que conseguirem alinhar as suas operações com as necessidades específicas dos distribuidores, demonstrando flexibilidade e proatividade. A oferta de produtos diferenciados e de alta qualidade é, também, um fator determinante para alcançar avaliações positivas.

Conclusões

A necessidade de maior flexibilidade e inovação são evidentes, assim como a importância de fortalecer a relação comercial através de uma comunicação eficaz e uma compreensão atenta das necessidades dos distribuidores. Além disso, a adaptação às tendências emergentes, como a sustentabilidade e o bem-estar animal, será crucial para manter a competitividade no mercado. Todos estes aspetos estiveram na base do desenho da metodologia do estudo 'Tracking Hortofrutícolas', cuja aplicação resultará no aprofundamento da análise do setor.

Este estudo consubstancia, por isso, uma oportunidade de prestar um serviço relevante, ajudando as empresas do setor a conseguirem disponibilizar os produtos mais frescos em melhores condições – sendo a análise da eficiência na colaboração um espectro fulcral, porque, na perspetiva do cliente do retalho alimentar, garante uma melhoria contínua e assegura maior eficiência logística.

Em suma, o estudo 'Tracking Hortofrutícolas' da GS1 Portugal será uma ferramenta valiosa para fornecedores e distribuidores, através de uma análise crítica e construtiva das práticas atuais, incentivando à melhoria contínua de toda a cadeia de valor.

Ao alinhar estratégias com as tendências de mercado e as expectativas dos consumidores, as empresas poderão, não apenas melhorar o seu desempenho, mas também contribuir para um setor hortofrutícola mais sustentável e inovador.

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