Durante três dias diversas empresas apresentaram novidades na Expoalimenta. A revista iAlimentar, media partner do evento, esteve presente e conversou com diversas empresas, com o objetivo de perceber tendências e conhecer as novidades do mundo da indústria alimentar.
O resultado verificado na edição de 2022 levou a que a Subic decidisse repetir a experiência e voltasse a estar presente na Expoalimenta. Este ano, como revelou à revista iAlimentar Filipe Soares, administrador do Subic Group, “além da boa presença queríamos mostrar que o grupo cresceu, que absorveu a Asgo e, mais recentemente a Unicorbal”. A par disso o objetivo foi também, explicou Artur Carneiro, administrador do Subic Group, uma consolidação da imagem e do nome Subic, “nome pelo qual nos apresentamos cada vez mais, sendo Foodtech uma das marcas”.
De forma simplista, a presença, este ano, na Expoalimentar teve como objetivo mostrar que o grupo é constituído por três empresas (independentes) que trabalham a área alimentar e do retalho.
Tendo uma expetativa semelhante à edição de 2022, Filipe Soares revelou que os resultados foram muito positivos, inclusive superando o previsto. Não só por terem tido muitos contatos, mas também, e principalmente, por as pessoas terem mostrado interesse. Por outo lado, “é interessante perceber que uma feira desta dimensão, no Porto, consegue chegar a um mercado de grandes players da indústria”, apontou Artur Carneiro, que acrescentou que os mesmos “não vão só à Alemanha ou a outros países. Grandes empresas vieram a uma feira de proximidade conhecer esta realidade”.
Em termos de novidades, e no que concerne à indústria, Artur Carneiro explica que a Subic está a fazer uma requalificação da imagem dos equipamentos que a Asgo produz e exporta. Nas “misturadoras lançámos novos painéis de comando de 7 e 10 polegadas”. Já no retalho, e como explicou Filipe Soares a empresa apresentou a inteligência artificial aplicada à pesagem. “Já temos duas lojas a fazer o algoritmo matemático”, constata o administrador, que acrescenta que há que ensinar o equipamento a trabalhar. O objetivo é, no self service, possibilitar a diminuição das quebras no cliente. “O que se pretende com a inteligência artificial é ajudar o nosso cliente, o supermercado, a ter uma redução de quebra, ao mesmo tempo que ajudamos o consumidor a ter interação e uma experiência de compra completamente diferente”, explica Filipe Soares.
Pela segunda vez presente na Expoalimenta, o grande objetivo da Madeiras Afonso foi mostrar as suas embalagens de madeira, que podem ir ao forno (240 graus). Ricardo Pinto, gestor da Madeiras Afonso, afirma que são embalagens diferenciadoras das que existem no mercado português, e que estas pretendem, de certa forma, substituir as de plástico e alumínio, levando a que o setor das embalagens caminhe para um produto mais sustentável e biodegradável. Principalmente no que concerne o segmento das carnes, da comida processada e da fruta.
Mais do que simplesmente encontrar clientes chave (que isso é importante) a presença na feira passa por “dar a conhecer ao mercado que existe a nossa alternativa, e que esta seja cada vez mais reconhecida tanto pelo consumidor final como pelo retalho”.
“Todas as pessoas que vêem o produto e sabem que pode ir ao forno primeiro têm uma reação de espanto, admiração”, diz Ricardo Pinto, que acrescenta que os visitantes fazem sempre muitas perguntas.
Quanto ao futuro, Ricardo Pinto afirma que a empresa vai procurar aumentar a notoriedade da marca no mercado interno. A par disso será feito um investimento em maquinaria para “procurar mais grandes contas, o que passará pelo mercado externo”, que é onde estão os grandes volumes.
Há vários anos que a Logomark trabalha com o setor robótico. Um setor que tem vindo a crescer, em grande medida pelo aumento da procura, no sentido de automatizar processos. Na Expoalimenta a empresa levou uma solução de paletização, com um robot colaborativo. A sua utilização é benéfica não só pelo facto de automatizar tarefas repetitivas, mas, também, e como explica Francisca Martins, do departamento comercial da Logomark, o facto de ser um robot colaborativo faz com que não seja necessário ter grades de proteção, o que permite que opere num espaço mais reduzido.
A presença da Fuchs na Expoalimenta deve-se, segundo Sérgio Ferreira, agente do segmento alimentar, à vontade de estar presente num evento que a empresa espera que venha a ser um marco das feiras alimentares. A par, claro, de marcar a posição da empresa em feiras do género e receber os clientes.
Na feira a Fuchs apresentou lubrificantes para a toda a indústria alimentar, certificados RFHS1, cumprindo todos os requisitos de segurança alimentar. Estes lubrificantes são utilizados na maquinaria da produção alimentar. Outra novidade, da linha Reniso, a Fuchs apresentou lubrificantes para compressores de frio, algo sempre presente na indústria alimentar.
Como explicou Sérgio Ferreira os produtos apresentados não foram propriamente novidades porque estas são, normalmente, anunciadas em feiras mundiais, como a SIAL, que decorreu em Paris, na mesma data que a Expoalimenta no Porto.
“Acompanhar os nossos segurados que estão presentes na feira”. Foi desta forma que Manuel Barbosa, diretor da sucursal do Porto da Crédito y Caución, explicou o que levou a empresa a estar presente na Expoalimenta, acrescentando que é “expetável que se consigam encontrar novos negócios”. Face a isso a empresa aproveitou para mostrar os seus serviços, tendo em vista a captação de novos clientes para o seguro de crédito.
Manuel Barbosa lembrou que a empresa só tem dois seguros: crédito e seguro de caução, sendo que, no setor alimentar, o último não é muito procurado. “Nesta feira estamos mais focados no seguro de crédito”, concluiu. No negócio B2B as empresas vendem muito a crédito, os valores normalmente não são pequenos e “é preciso saber com quem se está a negociar”. Isto porque, como aponta Manuel Barbosa, “pode-se conhecer as pessoas da empresa há muitos anos, e haver confiança nas mesmas, mas em concreto a confiança na empresa e a solvabilidade ser desconhecida”. E é precisamente aí onde entra o Crédito y Caución. “Uma das nossas funções é a de analisar bem a carteira de clientes do nosso segurado, quase que substituindo o departamento de risco das empresas”, explica, acrescentando que isso permite que as empresas possam expandir os seus negócios para novos mercados.
“Estar mais próximo dos associados e divulgar o XI Concurso ACIP – “O Melhor Bolo-Rei de Portugal”. Foi desta forma que Débora Barbosa, presidente da ACIP, explicou o porquê de a associação estar na Expoalimenta. A presença foi positiva, com “bastante afluência”. No caso específico da ACIP houve, reconhece Débora Barbosa, um aliciante diferente para a vista dos visitantes: a final do concurso.
Ao analisar a prestação do setor a presidente da ACIP refere que, nos últimos anos, se tem registado um aumento do consumo do pão. Débora Barbosa destaca uma tendência que se verifica desde o ano passado: a exportação do pão nacional para fora de Portugal. A par disso o setor enfrenta o desafio da escassez de mão de obra. Para combater este flagelo – transversal a todos os setores – a associação está a encetar esforços no sentido de “tornar a atividade atrativa para os jovens”, nomeadamente “através do investimento em formação e na valorização profissional”.
A presença da Efriarc - Associação Portuguesa dos Engenheiros de Frio Industrial e Ar Condicionado numa feira dedicada à alimentação tem uma razão de ser muito simples. Como aponta Cláudia Casaca, presidente da Associação, tem a ver com o facto de a Efriarc conseguir realizar trabalhos tanto no âmbito da climatização como da refrigeração. Sem esquecer que na feira estiveram presentes empresas associadas ao transporte de alimentação. Ao lado, na Decorhotel, “chamou-nos a atenção a parte da hotelaria e a necessidade de um bom ambiente num hotel, ou seja, a melhoria da ventilação dentro de um hotel”.
Basicamente, num evento (na verdade dois, que são vizinhos), “conseguimos ter duas áreas que a Efriarc trabalha”. E foi com base nisso que a Associação organizou, durante a feira, um evento dedicado à ventilação. A sessão decorreu porque “no âmbito da climatização da hotelaria e da ventilação cada vez mais hoje é necessário, por causa da eficiência energética, verificar onde poderemos ter poupanças". Já no caso das cozinhas a preocupação está mais na extração, “que também está associada a tudo o que é alimentar, como esta feira”.
Questionada sobre os desafios do setor a resposta de Cláudia Casaca foi imediata: a própria conservação. Tudo o que tenha a ver com sistemas frigoríficos associados a fluidos frigorígenos. A questão do F-Gas, com as alterações associadas à legislação e que, na opinião da presidente da Efriarc, traz algum rigor, e algumas incógnitas sobre o futuro da conservação e de tudo o que tem a ver com produtos alimentares.
O grande destaque do stand da Papinox centrou-se numa máquina, única no mundo, do parceiro Orved, que permite embalar líquidos na vertical. A grande vantagem é que permite embalar muito mais quantidade de produto. A par disso o equipamento vem com um ecrã digital e vários programas pré-definidos. Limpeza de marisco, por exemplo. Ou fazer um marinado. Algo que se consegue fazer em poucos minutos, em vez das habituais horas. Razão pela qual este equipamento está mais direcionado para o canal horeca, mas também hotéis e empresas de catering. Mesmo porque há programas específicos não só para a gastronomia, como também para a pastelaria e processos específicos.
O equipamento começa nos oito mil euros, mas as empresas olham mais para o benefício que obtêm, nomeadamente de tempo, aponta António Álamo, que dá o exemplo do Limoncello que demora 30 dias a fazer. Nesta máquina “demora dez minutos”.
Por outro lado, e ao contrário da cozinha tradicional, confecionada a quente, a máquina faz tudo a frio, pelo que “nunca se perde a caraterística dos produtos”.
O estar presente na Expoalimenta teve como objetivo responder a duas motivações: por um lado contactar com os clientes e, por outro, estar presente, dado que a empresa é uma startup. A par de beneficiar da tipologia do visitante da feira, afirmou Ricardo Roque, head of product marketing da Brainir. Que é claramente o cliente alvo da Brainir: os produtores de carne. Isto porque “somos um software 100% focado na indústria alimentar e ainda mais verticalizado na indústria das proteínas – carne, pescado e marisco”.
O objetivo da empresa é ter uma plataforma que ajude a gerir o chão de fábrica (em todo o seu processo). De uma forma simplista “ser o cérebro por detrás de uma fábrica”, e daí o nome. O produto começou a ser desenvolvido há cinco anos, estando presente no mercado desde o ano passado.
Apesar do potencial do mercado interno Ricardo Roque reconhece que a empresa tem ambições de internacionalização, com Espanha na dianteira dos futuros mercados. Mesmo porque “há vários grupos ibéricos com fábricas em Espanha, França e Portugal”, constata o responsável da Brainir, que acrescenta que a produção de carne já está internacionalizada.
A empresa trouxe uma grande novidade à Expoalimenta. Um equipamento para instalar em ambiente móvel, nomeadamente nos camiões, que permite monitorizar a temperatura do veículo, fazendo o rastreio da cadeia de frio e enviar, automaticamente, os dados para a nuvem. Simultaneamente o equipamento permite fazer a leitura dos dados, via Bluettoth, no caso de alguma autoridade querer ver os valores em tempo real. Com isso deixa de ser necessário andar com documentos em papel. O equipamento estará disponível a partir de janeiro do próximo ano e direciona-se essencialmente ao mercado europeu, com especial incidência em Espanha e França.
O mercado externo já representa 40% do negócio da Captemp, mas Carlos Domingues, proprietário da empresa, afirma que a ambição é aumentar esse valor para 90%.
A empresa disponibiliza um software que suporta a produção agroindustrial, razão pela qual esteve presente na Expoalimenta. Presente no mercado há vários anos a empresa, como refere Miguel Fernandes, responsável pela Foodintech, tem o mercado bem mapeado, no entanto é sempre importante estar presente em eventos como a Expoalimenta “para networking com os nossos clientes”, mas também porque “aparece sempre indústria nova nestes eventos”.
Questionado sobre um balanço da feira a resposta foi imediata: "bom, segundo a expetativa criada pela experiência de dez anos. Na feira “fazemos contactos, criamos relações”. Sobre a empresa “2024 será o nosso melhor ano de sempre” dado que a empresa tem crescido todos os anos, fruto de as empresas estarem mais sensíveis ao tema da digitalização.
“Estamos muitos satisfeitos”. Foi este o balanço que Paulo Oliveira, diretor da Unicorbal, fez de três dias de Expoalimenta. Não só em termos de visitantes ao stand, mas também da possibilidade de mostrar “um produto premium”.
Para o executivo fazia falta uma feira deste tipo no Norte do país. Região que, na opinião de Paulo Oliveira, estava algo esquecida no que concerne o mercado tradicional e o mercado das pequenas e médias indústrias. E foi precisamente para esses clientes que a Unicorbal desenhou o seu stand.
Em termos de novidades a empresa apresentou uma máquina da Manconi (uma das marcas que produz este tipo de equipamento), assim como uma nova área de negócio, relacionada com embalagens. Na opinião do diretor da Unicornal é por aí que passa o futuro. Muito na área do self service, como as máquinas de cortar pão, assim como os sumos… “O futuro passa por aí”, afirma Paulo Oliveira, que dá como exemplo as duas linhas apresentadas no stand da empresa: embalagem, em que o cliente escolhe o produto e embala; e self service.
A presença da Ameno na Expoalimenta deve-se, essencialmente ao facto de terem como target “empresas de produção alimentar”, explica Nuno Couceiro, gerente da Ameno. Isto porque a Ameno tem “uma solução de equipamento para desumidificação para câmaras de congelado e câmaras de frio que não é muito conhecida em Portugal”. E, acrescenta o gerente da Ameno, “é exatamente esse target que nós tentamos aqui procurar”. A par disso a empresa apresentou a sua outra área, “onde somos mais fortes, que é a parte da climatização industrial e da climatização exterior”. Nomeadamente “temos equipamentos de climatização, como o ar-condicionado, que se aplica muito bem ao setor da restauração e do comércio”.
Nuno Couceiro reconhece que o que a Ameno levou à Expoalimenta não era exatamente uma novidade. A empresa já trabalha há algum tempo com os desumidificadores por absorção que estiveram presentes no seu stand. A questão é que é “um equipamento muito difícil de explicar à indústria alimentar”. Isto porque “é um equipamento que baixa a humidade e a humidade não é visível…”. No entanto o executivo reconhece que “quando conseguimos passar a mensagem do que este equipamento faz, gera sempre muito interesse”.
Em jeito de balanço Nuno Couceiro reconhece que, durante a feira, houve alguns contactos relevantes, no entanto “não tivemos tanta quantidade como costumamos ter”. O que pode condicionar a presença da marca em futuras edições da Expoalimenta, dado que “não vimos um volume de visitantes significativo”.
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