A Diretriz 51 oferece uma compreensão básica do projeto higiénico dos dispositivos de limpeza de tanques e de limpeza dos próprios tanques. Juntamente com uma ferramenta para ajudar na seleção inicial da tecnologia a usar. O documento ilustra os princípios de limpeza, o custo total do dimensionamento e instalação de dispositivos de limpeza de tanques, bem como os princípios de funcionamento, considerações especiais e possíveis problemas de projeto.
O que é que diferencia a limpeza de tanques da limpeza CIP convencional de sistemas de tubagens? Explicado por Bo Boye Busk Jensen, o presidente do Grupo de Trabalho EHEDG ‘Limpeza de Tanques’: "esta nova Diretriz EHEDG aborda uma parte específica do processo CIP: os tanques que são usados em toda a indústria para vários tipos de processamento de alimentos. Em comparação com a limpeza CIP de sistemas de tubagens, a limpeza CIP de tanques é mais desafiadora, porque é muito mais difícil obter uma força mecânica consistente nas superfícies internas dos tanques e cubas do que nas paredes internas das tubagens, onde muitas vezes a pressurização dos fluidos de limpeza é suficiente para obter resultados eficazes."
"Para qualquer tipo de limpeza de tanques, é necessária uma bomba de abastecimento para o dispositivo de limpeza deste equipamento que fica na parte superior do tanque”, continua Jensen a explicar. Um dispositivo de pulverização estática é o método tradicional para a limpeza de tanques. Aplica-se uma pressão de cerca de 2 bar ao dispositivo de pulverização estática, que vai molhar ao mesmo tempo toda a superfície do tanque gerando o que é conhecido como “zona de pegada” tradução do inglês, “footprint zone”. Com o pulverizador rotativo, podem existir algumas ranhuras na cabeça rotativa esférica. Quando a água passa, a esfera começa a girar e espalham-se cortinas de gotículas, atingindo a superfície do tanque, para que parte do tanque seja limpa. Este padrão de limpeza é então girado a uma determinada velocidade, dependendo do design do dispositivo de pulverização. Devido ao maior impacto das gotas nas áreas sujas, a limpeza é mais eficaz. A cabeça de jato rotativo possui quatro jatos assentados numa cabeça de bico, e o design da máquina faz com que o bico gire num padrão oitavado, removendo a sujidade com jatos de alta pressão que viajam a uma velocidade de cerca de 30 m/s com uma pressão de 5 bar gerando limpeza não só na zona de impacto, mas também na ‘zona de pegada’. A limpeza ocorre sob tensão de corte em paredes altas, oferecendo um nível mais elevado de limpeza da sujidade que fica retida na superfície. É utilizada menos água, porque o tempo e os caudais são reduzidos.
As camadas de sujidade encontradas nos tanques podem variar amplamente em composição e estrutura, dando origem a diferenças no mecanismo de limpeza utilizado e na eficácia da limpeza. "Depende muito do produto que é processado nos tanques. No caso do leite desnatado que não secou na superfície, um dispositivo de pulverização estático pode proporcionar uma limpeza fácil e adequada. Para aplicações com mais sujidade, pode ser utilizado o pulverizador rotativo. Na diretriz incluímos uma tabela com cenários de sujidade fácil, média e intensa e diferentes focos (economia de água, tempo e energia)."
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