A Associação dos Industriais de Vidro de Embalagem (AIVE) destaca o compromisso das empresas associadas com a inovação e a sustentabilidade rumo a uma produção neutra em carbono até 2050.
A propósito do Dia Nacional da Sustentabilidade, que se celebra a 25 de setembro, a Associação dos Industriais de Vidro de Embalagem (AIVE) dá como exemplo três iniciativas com fogo na economia circular e na redução das emissões de CO2. As empresas BA Glass, Vidrala e Verallia Portugal promovem iniciativas que refletem o compromisso da indústria do vidro de embalagem com a descarbonização.
A BA Glass tem realizado diversos projetos piloto com o objetivo de reduzir as emissões de carbono e o consumo energético.
Um desses desenvolvimentos é o ECO Furnace, um novo forno com uma tecnologia que vai mudar a produção de embalagens de vidro. Este forno funciona 100% a energia renovável, erradicando efetivamente as emissões de CO2 associadas às fontes de energia. A passagem de gás natural para a eletricidade renovável, o hidrogénio verde ou os biocombustíveis, permite reduções significativas no consumo de energia.
Além disso, realizou recentemente, em parceria com a International Partners in Glass Research, os primeiros testes industriais para a produção de embalagens de vidro sem a utilização do carbonato de sódio, um material à base de carbono que contribui significativamente para as emissões de CO2 no fabrico. Duas fábricas da BA Glass já concluíram com sucesso os testes em grande escala com os novos materiais, comprovando a sua eficácia, com uma redução de 10% nas emissões de CO2.
Por sua vez, a Vidrala reforça o seu compromisso com a sustentabilidade ao integrar o uso de energias renováveis na operação, recorrendo igualmente a diversas iniciativas para atingir este objetivo.
Este ano, a empresa assinou um Power Purchase Agreement (PPA) com a Acciona Energia, que irá fornecer energia renovável que cobre cerca de 20 a 25% das necessidades energéticas da empresa nos próximos anos. O contrato começa em janeiro de 2025 e vai permitir energia verde para as fábricas espanholas e portuguesas.
Este é o primeiro contrato do género integrado na estratégia de descarbonização e o objetivo é evitar a emissão de 150 mil toneladas de CO2 para a atmosfera. Em conjunto com outros projetos, os PPA ajudam na estratégia da descarbonização a 100% do consumo de eletricidade da Vidrala até 2030.
No que diz respeito à Verallia Portugal, a empresa também está a investir no processo de descarbonização do setor de vidro de embalagem, seguindo a estratégia do grupo nos últimos anos.
Recentemente, a empresa assinou um protocolo para diminuir as emissões de gases com efeito de estufa. O objetivo é reduzir em 46% as emissões de CO2 até 2030. Nesse sentido a Verallia vai substituir equipamentos que recorram ao consumo de gás natural por elétricos ou outros, otimizar os sistemas de ar compridos, alternar os fornos, utilizar matérias primas descarbonizadas, aumentar a utilização de casco de vidro, bem como implementar soluções digitais inteligentes para o apoio à medição e monitorização de dados de gestão e otimização de energia nos processos.
No que diz respeito ao setor e à AIVE, há um projeto que move a indústria num todo: o desenvolvimento de um Roteiro para a Descarbonização da Indústria do Vidro, o RODIV2050. Este projeto é financiado pelo PRR e está a ser desenvolvido pela AIVE em consórcio com a APICER, para o subsector da Cristalaria.
Este roteiro visa alavancar a descarbonização da indústria do vidro e promover uma mudança de paradigma na utilização dos recursos, através da promoção de um conjunto de ações que vão desde a identificação de áreas de melhoria, de trajetórias custo-eficazes de redução de emissões e identificação de soluções tecnológicas de baixo carbono, bem como a promoção da economia circular, através da reciclagem (ao reintroduzir casco de vidro no processo produtivo) e a utilização de biocombustíveis como o Hidrogénio verde ou o Biometano, promovendo sempre a inovação em áreas que conduzam esta indústria às metas da neutralidade carbónica.
A AIVE representa um setor com um peso importante na economia portuguesa e na sua Balança Comercial: três empresas (BA Glass, Vidrala e Verallia Portugal), seis unidades fabris, mais de 800 milhões de euros de volume de negócios, cerca de 3.500 trabalhadores e mais de 50% de vendas diretas para mercados externos. Anualmente, saem dos fornos de fusão de vidro, em Portugal, mais de seis mil milhões de embalagens para a indústria alimentar.
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