KM ZERO Food Innovation Hub lança a 6ª edição do Fooduristic, o relatório de referência sobre tendências e histórias de sucesso na inovação alimentar internacional

O Fooduristic, o relatório anual de referência sobre o estado atual do setor foodtech e as últimas tendências em inovação alimentar, publicou a sua 6ª edição. O relatório, criado pelo KM ZERO Food Innovation Hub, foi apresentado sob o título “As 100 startups que estão a criar o futuro da alimentação”, reunindo mais de 50 vozes da sua comunidade de Food Changemakers, especialistas em diferentes áreas da indústria agroalimentar internacional.

Beatriz Jacoste, diretora do KM ZERO Food Innovation Hub, durante a apresentação do “Fooduristic'24: As 100 startups que estão a criar o futuro da alimentação”.

O relatório aborda os diferentes aspetos da inovação alimentar através dos seus números mais relevantes, dos seus principais desafios e oportunidades e das reflexões de especialistas. Nesta ocasião, a sua análise centrou-se nos projetos desenvolvidos por uma centena de startups foodtech líderes na sua área, classificados em torno de dez tendências que marcarão a indústria alimentar em 2024. Estas incluem a utilização de novas tecnologias para definir a agricultura do futuro, inovações na gestão da água, descarbonização da cadeia de valor, melhoria da segurança alimentar e o impacto da Inteligência Artificial (IA). Uma visão geral que toma o pulso de um setor para o qual 2024 é apresentado como um ano de estabilização após uma queda progressiva do investimento em projetos foodtech desde 2021.

“A Foodtech, por definição, centra-se nas aplicações da tecnologia à indústria alimentar, mas não podemos esquecer que qualquer inovação neste setor deve ter um objetivo claro: produzir alimentos de forma sustentável e acessível para milhões de pessoas. Temos de deixar de falar de consumidores e passar a falar de pessoas, da sua relação com os alimentos e de como podemos melhorá-la para a tornar mais saudável e justa. Humanizar o setor foodtech para melhor divulgar os seus avanços é um dos objetivos do Fooduristic'24, em cujas páginas falamos de startups e de tecnologia, mas também do impacto do seu trabalho na sociedade”, explica Beatriz Jacoste, diretora do KM ZERO Food Innovation Hub.

O Fooduristic'24 foi apresentado na HIP Horeca Professional Expo, o maior evento de inovação e soluções para a indústria hoteleira, bem como num encontro online com alguns dos seus protagonistas, como Gastón Paladini, CEO da Moolec Science; Marissa Cuevas, CEO da microTERRA; Mariano Oto; CEO da Nucaps; Giuseppe Sconti, CEO da Novameat; Carla Podestá, Diretora de Inovação Corporativa do Grupo Nutresa; Raúl Martín, Beatriz Jacoste e Catalina Valencia, CEO, Diretora e Chefe de Comunidade do KM ZERO Food Innovation Hub, respetivamente.

A Fooduristic'24 está estruturada em torno das 10 tendências em que 100 startups de foodtech estão a trabalhar para transformar o sector agroalimentar:

O setor alimentar terá de satisfazer a procura de uma população de 10 mil milhões de pessoas até 2050, para o que terá de aumentar a sua produção em 60%, reduzindo simultaneamente o seu impacto ambiental. Neste contexto, a agritech é uma das tendências mais relevantes na inovação alimentar, aplicando tecnologias como a robótica, a Inteligência Artificial (IA) e a edição genética à agricultura, à pecuária e à aquacultura.

Startups em destaque: Moolec Science, Madeinplant, Terraflos, Neolithics, C-Crop, Vanilla Vida, Treetoscope, microTERRA, Origeen, ICZIA e Plant on Demand.

O objetivo da União Europeia de alcançar a neutralidade climática até 2050 está a impulsionar uma nova geração de startups centradas na descarbonização dos processos de produção através de uma nova abordagem, passando da sustentabilidade para a regeneração ambiental.

Startups em destaque: Planet FWD, Rumin8, CoreZero, Carbon Harvesters, Dot Soil, Azolla Projects, Loam Bio, Chlydro e Tierra Foods.

A poluição e a sobre-exploração dos oceanos tornaram-se o foco de toda uma série de novos projetos destinados a preservar estes recursos vitais para a vida humana. Por outro lado, a gestão eficiente da água doce necessária para os diferentes processos do setor agroalimentar também motivou linhas de trabalho interessantes por parte das empresas de foodtech.

Startups em destaque: Akua, Ocean Beer, Iwi Life, Ocean52, Poseidona e Ainwater.

A IA surgiu recentemente como uma alternativa poderosa para otimizar as estratégias agrícolas no campo, onde os rendimentos caíram até 40% nos últimos 10 anos. A criação de modelos para prever o desenvolvimento das culturas, detetar pragas e otimizar a irrigação e a fertilização são algumas das funções em que a IA já está a ter impacto na indústria.

Startups em destaque: Source.ag, TasteWise, The Livegreen Co, Inovako, Quelp, Maolac, Alt Atlas, NUTRI Co e Frankles.

As proteínas de origem vegetal e outras alternativas estão a avançar como soluções chave para a necessidade de transformar o sistema alimentar em termos de sustentabilidade, saúde e diversidade alimentar. A produção de alimentos com a presença de proteínas complementares enfrentará desafios bem conhecidos, como o seu desenvolvimento à escala industrial e uma maior acessibilidade para o consumidor.

Startups em destaque: Bosque Food, Luyef, Vow, Biotech foods, Formo, Novameat, Väcka, Wevo, Supermeat, Blue Nalu, Shiok Meats, Bluana, Sophie's Bionutrients, Cubiq Foods, GOOD Meat, Grin Grin, Cultzyme, Solar Foods, Santena e Jellatech.

De acordo com estudos recentes, cerca de 400 milhões de crianças viverão com obesidade até 2035, a menos que sejam tomadas medidas significativas. A tecnologia aplicada à nutrição e ao desenvolvimento de alimentos saudáveis já está a tornar possível criar dietas personalizadas adaptadas aos perfis genéticos individuais, bem como orientações nutricionais baseadas numa vasta gama de dados.

Startups em destaque: Ibions, Bountica, Plant People, Uprising, Wildwonder, Heura, Done Properly, Eatnova, Mezcla, Breadfree, Michroma, Rebind Foods, Nucaps, Baïa, O'taste, Gimme Sabor e Levprot.

Mais de 783 milhões de pessoas passam fome e 1,3 mil milhões de toneladas de alimentos são desperdiçadas anualmente, o que corresponde a um terço da produção alimentar mundial. Este problema levou as startups a trabalhar em projetos de recuperação de resíduos e em tecnologias como as etiquetas sensíveis ao calor para aumentar o prazo de validade dos alimentos.

Startups em destaque: 3D Essence Food, EatGrim, Agrosingularity, Entomo Agroindustrial, Ryp Labs, Onima, Xilinat, Gloop e No Palm.

Melhorar a eficiência da cadeia alimentar será um dos principais focos de inovação da foodtech. Um objetivo que está na base de um grupo de startups que procuram otimizar cada elo de um sistema que inter-relaciona produtores, distribuidores e consumidores.

Startups em destaque: Biomixing, Terrace Lab, Kigüi, Oscillum, Nat4Bio, Mi Terro, Pack2Earth e ColorSensing.

A mudança no sistema alimentar deve ter em conta a equidade no acesso a uma dieta saudável, a sustentabilidade e a rentabilidade económica. As iniciativas de triplo impacto nestas áreas estão a revelar-se eficazes em termos de custos e o seu sucesso será fundamental para transformar o sistema.

Startups em destaque: Compound Foods, Robin Good, Moxẽ foods, Philanthropic, Crowdfarming, Beamaz, Coffee Kreis e Spread Sensation.

A inovação aberta entre startups e empresas estabelecidas na indústria alimentar continuará a destacar-se como a ferramenta essencial para transformar o sistema alimentar. Tanto as empresas como os fundos de capital de risco concentrarão os seus investimentos em tecnologias que, para além de terem potencial transformador, sejam verdadeiramente escaláveis.

Colaborações entre startups e empresas: NotCo e Kraft Heinz, The EVERY Company e Grupo Nutresa, Naria e CAPSA FOODS, Clean Food Group e Alianza Team, Notpla e Just Eat España, Aleph Farms e BFR, Planet FWD e Patagonia Provisions, Air Protein e ADM e MOA Foodtech e Incarlopsa.