A carne cultivada é igual à carne que comemos atualmente, mas é produzida em cultivadores (semelhantes aos fermentadores utilizados para fazer cerveja), em vez de resultar da criação de animais.
De acordo com um novo estudo de consumo conduzido pela YouGov e encomendado pelo Good Food Institute (GFI), organização sem fins lucrativos e think tank, a maioria dos consumidores portugueses está aberta a experimentar carne cultivada e acolheria favoravelmente medidas políticas que apoiassem este setor emergente em Portugal.
Com mais de 50 startups na Europa (incluindo a portuguesa Cell4Food) dedicadas ao desenvolvimento do setor, a carne cultivada tem o potencial de ajudar a satisfazer a crescente procura por proteína, reforçando simultaneamente a segurança alimentar.
Para além disso, poderá reduzir significativamente o consumo de recursos em comparação com a produção industrial de carne, ajudando assim a resolver questões como as emissões de gases com efeito de estufa, a desflorestação e a resistência aos antibióticos.
Embora o estudo tenha concluído que apenas cerca de um terço (33%) dos inquiridos já conhecia esta forma de produção de carne, a postura perante a carne cultivada em Portugal parece ser positiva: 63% dos inquiridos experimentaria este tipo de carne pelo menos uma vez se estivesse disponível no nosso país; e 27% vai até mais longe e declara que substituiria alguma da carne que come atualmente por carne cultivada. Em sentido contrário, apenas 25% dos portugueses nunca experimentaria carne cultivada.
“A maior parte dos consumidores portugueses está curiosa em relação à carne cultivada, o que oferece uma solução promissora para produzir a comida que as pessoas preferem de uma forma mais eficiente e sustentável, ” explicou Helen Breewood, Research & Resource Manager do Good Food Institute Europe. “À medida que a sensibilização dos consumidores para os desafios do nosso atual sistema alimentar e a abertura à inovação alimentar aumentam, Portugal tem uma oportunidade de ouro para apoiar este setor emergente com investimento público para criar novos empregos e preparar a sua economia para o futuro. Tornar estas opções sustentáveis mais apelativas e acessíveis vai impulsionar a sua adoção, trazendo benefícios ambientais e económicos para Portugal.”
Este estudo revelou ainda que a grande maioria dos inquiridos entende que a quantidade média de carne que comemos em Portugal é demasiado elevada (74%). Mais de metade (57%) pretende reduzir esse consumo ao longo dos próximos dois anos, e 6% já não come carne atualmente.
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