Sogrape e INL partilham patente de sensor para controlar a maturação das uvas
Perspetiva de comercialização em todo o mundo leva a registo global da patente.
A Sogrape e o INL – International Iberian Nanotechnology Laboratory – assinaram um acordo que estabelece a propriedade conjunta de uma patente já registada que descreve um sensor autónomo e miniaturizado que usa luz para medir, em tempo real, a maturação das uvas. Registada em vários países, esta é a primeira patente de base científica da Sogrape, numa altura em que assinala o seu 80º aniversário.
Este projeto resulta da parceria continuada entre a Sogrape e o INL, iniciada em 2015, para exploração de oportunidades de tecnologias emergentes, como a microeletrónica e nanotecnologia, para o setor vitivinícola.
Sem necessidade de retirar amostras na vinha nem fazer análises num laboratório, o sensor analisa a luz que é reemitida pelos tecidos da uva e que varia conforme os teores em açúcares e ácidos orgânicos aí existentes. Durante a maturação, os teores em açúcares aumentam e os de ácidos orgânicos diminuem.
A inovação do desenho reside na forma de fixação dos sensores no cacho de uvas e na capacidade de poder analisar vários bagos ao mesmo tempo, o que permite ter uma visão representativa da variação que existe não só dentro de cada cacho, mas entre cachos e entre videiras na mesma vinha, dando ao viticultor e ao enólogo uma visão precisa de como a maturação ocorre em cada local, em tempo real.
Há vários anos que o departamento de I&D da Sogrape promove parcerias duradouras para trazer a excelência científica ao desenvolvimento e progresso do setor vitivinícola. De acordo com António Graça, “esta patente nasceu de um desafio que lançámos ao INL com base num sonho de ter uma visão mais precisa e real da maturação da uva”. “Os investigadores do INL responderam a esse desafio interagindo connosco de forma periódica e frequente. Naturalmente, houve momentos de apreciação dos nossos vinhos que ajudaram a explicar o que as palavras não conseguem. E, assim, a invenção nasceu”, refere o Diretor de I&D da Sogrape.
Desde que revelou seu propósito, o INL tem trabalhado arduamente para cumprir sua promessa de se converter num centro mundial de nanotecnologia. “Com este acordo de partilha de patente, resultado de 5 anos de trabalho conjunto entre o INL e a Sogrape, abrimos caminho para um plano de exploração de propriedade intelectual mais consolidado e levamos a Internet das Coisas (IoT) às vinhas – a verdadeira a 'sensorização' in loco”, afirma Paulo Freitas, Diretor-Geral Interino do INL.