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Ex-aluno da UMinho desenvolve carne em laboratório

iAlimentar19/02/2021
Vítor Espírito Santo apresentou o projeto, a 18 de fevereiro, nas XVI Jornadas de Engenharia Biomédica.
Vítor Espírito Santo a observar frango cultivado grelhado
Vítor Espírito Santo a observar frango cultivado grelhado.

Vítor Espírito Santo, formado na Universidade do Minho, está a desenvolver carne a partir de células, na Califórnia, EUA.

Dirige o Departamento de Agricultura Celular na 'Eat Just', uma das 80 empresas no mundo dedicadas à carne cultivada em laboratório.

Singapura foi o primeiro país no mundo a aprovar a comercialização destes produtos; são nuggets de frango, servidos num restaurante de luxo.

Vítor Espírito Santo apresentou o seu trabalho esta sexta-feira, nas XVI Jornadas de Engenharia Biomédica da UMinho, transmitidas online no YouTube.

“A produção intensificada de animais tem tremendas questões éticas, ambientais, de segurança, de ineficiência e implica abater milhões de animais por ano. Propomos, por isso, alterar para métodos de produção de carne menos agressivos e com a qualidade do produto semelhante”, explica o bracarense.

“Acredito que este projeto saudável e sustentável vai ter um impacto significativo na população mundial a médio prazo”, realça.

Vítor Espírito Santo
Vítor Espírito Santo.

O investigador é mestre em Engenharia Biomédica (2007) e doutorado em Engenharia de Tecidos (2012) pela UMinho. Já trabalhou desde o Reino Unido ao Japão nas áreas de biologia celular, engenharia de tecidos, bioprocessos e empreendedorismo, o que o enriqueceu para o desafio atual.

Vítor Espírito Santo coordena na 'Eat Just' a escolha das células iniciais, as técnicas de isolamento daquelas a partir dos animais, a expansão de células em birreatores e, depois, o desenvolvimento do produto. É também responsável pela comunicação com investidores, media e agências reguladoras internacionais para a aprovação deste tipo de produtos.

Aquela startup já havia criado uma alternativa ao ovo, que dispensa galinhas e ovos, baseando-se em proteínas extraídas do feijão mungo. Para produzir carne, a empresa optou por utilizar as próprias células do animal, como ponto de partida para desenvolver o produto. Agora está a reproduzir células extraídas dos animais até ter um número suficiente para criar um bife sobre uma estrutura que garante a consistência.

“Nos motivos que levaram à pandemia atual, questionamo-nos como o consumo de carne tradicional, sem o devido controlo, pode ser prejudicial. Já a carne cultivada in vitro é produzida em fermentadores/reatores estéreis e com práticas de higiene acima da média”, refere.

Anteontem, o norte-americano Bill Gates defendeu, na apresentação do seu livro 'Como evitar um desastre climático', que os países ricos devem comer apenas carne bovina feita em laboratório. A intenção é combater as emissões de gases que provocam o efeito de estufa, nomeadamente o metano, associado à criação de gado bovino, o qual se traduziu num aumento da temperatura até 4ºC neste século, segundo alguns estudos.

As XVI Jornadas de Engenharia Biomédica contam até sábado com 35 oradores e vão abordar também o desenvolvimento de um ventilador, a covid-19, um capacete inteligente à prova de vírus e a inteligência artificial na imagem médica, entre outros temas.

A organização cabe ao Gabinete de Alunos de Engenharia Biomédica, com apoio da Escola de Engenharia da UMinho.

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