65 VINHOS As previsões para este ano, revelou Mário Rodrigues, diretor executivo da Frutalmente, apontam para uma produção de cerca de três mil toneladas de uvas de mesa, com 80% das mesmas a serem distribuídas por hiper e supermercados. O restante fica alocado a mercados locais e regionais. Nos últimos tempos a organização tem vindo a registar um aumento gradual da produção. A prova é que, no ano passado, a mesma fixou-se nos 2,4 milhões de quilos de uva tinta e branca. Questionado sobre as previsões para este ano, Mário Rodrigues afirmou que gostaria de chegar às três mil toneladas. Mas acrescentou que isso até nem poderá acontecer, devido às alterações climatéricas. Um 'nim' ainda no ar. Por outro lado, o valor de comercialização das uvas da Dona Uva tem vindo a aumentar, fruto do reconhecimento que o consumidor dá à qualidade das uvas. Mas a verdade é que os custos associados à produção também não têm parado de aumentar. E isso também influencia o preço de venda ao consumidor. Porque os produtores não conseguem absorver todos os aumentos. Como refere Mário Rodrigues, tudo tem aumentado. Só os adubos e as caixas de cartão para transporte aumentaram 30%. “Tudo o que envolve o desenvolvimento da planta, subiu. Mais o custo da energia e do transporte até ao cliente", constatou o diretor executivo da Frutalmente. Sobre o futuro da operação, Mário Rodrigues referiu que o investimento realizado entre 2021 e 2023 deverá Ao contrário de outros produtos, as uvas de mesa da Dona Uva destinam-se quase na totalidade ao mercado interno. Uma opção da organização. “Temos mercado para produzir internamente e o povo português valoriza as uvas nacionais, ao contrário de países que não têm a tradição da uva de mesa", explica Mário Rodrigues Mário Rodrigues. Foto: Carlos Ourives e Mário Bernardo. ascender a 1,5 milhões de euros, com a marca a prever faturar 4,5 milhões de euros este ano. Valor que representa 45% dos dez milhões de receita inicialmente previstos pela Frutalmente que, no ano passado, faturou 8,5 milhões de euros. No entanto, isto não é algo que preocupe (em demasia) Mário Rodrigues, que af irma que “aumentando a produção, as vendas sobem e, consequentemente, a faturação”. E a verdade é que a produção tem vindo a aumentar de forma consistente. Como revela o executivo da Frutalmente, no ano passado aumentaram a área de produção em 15 hectares. Este ano aconteceu o mesmo. “Têm sido realizados investimentos dos produtores, que são atualmente dez, ocupando-se mais terrenos e hectares para uma maior produção”, explicou Mário Rodrigues. Algo natural, dado o ciclo de vida das vinhas. “Duram mais ou menos 18 anos”, pelo que “vão sendo renovadas”. COM OU SEM GRAINHA? A Dona Uva é mais conhecida pelas suas uvas sem grainha. Mas, em termos de produção, nem são a maioria. Pelo menos para já. Porque, como revelou Mário Rodrigues, a crescente predisposição do consumidor está a ser acompanhada por umaumento da produção. “No ano passado foram 15 hectares sem grainha. O futuro dirá se vamos chegar aos 25”, acrescentando que as uvas para não terem grainha são modificadas geneticamente e que, por isso mesmo, demorammais tempo a produzir e requerem mais mão-de-obra. O resultado, claro, passa por um preço de venda ao público diferenciado. Diga-se, mais caro. Mas que tem sido aceite pelo consumidor. “sobretudo pelas crianças, porque são mais fáceis de comer. Todos os anos há novas variedades e acho que vão ser o futuro", aponta o executivo. MERCADO NACIONAL ABSORVE A (QUASE) TOTALIDADE DA PRODUÇÃO Ao contrário de outros produtos, as uvas de mesa da Dona Uva destinam- -se quase na totalidade ao mercado interno. Uma opção da organização. “Temos mercado para produzir internamente e o povo português valoriza as uvas nacionais, ao contrário de países que não têm a tradição da uva de mesa", explica Mário Rodrigues. Questionado sobre as exportações, o responsável esclareceu que são situa-
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