41 PESCADO uma abordagemmetodológica confiável para identificar e quantificar as ciguatoxinas (CTXs) empeixes, microalgas e, eventualmente, em pacientes; compreender a distribuição espacial e temporal do Gambierdiscus spp. em águas da UE; avaliar a toxicidade semelhante ao CTX do Gambierdiscus spp. em populações; avaliar a possível presença de CTXs em peixes em águas da UE e melhorar o registo de casos de Ciguatera na UE. No período em que decorreu o EuroCigua foram registrados 34 focos, encontrando-se Gambierdiscus não só nas ilhas do Atlântico espanhol e português, mas também em várias ilhas do Mediterrâneo, Chipre e Grécia, incluindo, pela primeira vez, notificação de várias espécies de dinoflagellates nas Ilhas Baleares. O projeto identificou o CCTX 1 como o principal responsável pelo envenenamento por ciguatera na Europa, embora alguns outros compostos possam estar envolvidos. Desenvolveu métodos analíticos para quantificação e caraterização de CTX e produziu materiais de referência. Todos esses dados confirmaram que está tornando-se endémico na Macaronésia, mas também que o problema é largamente subestimado devido às lacunas e fragilidades na colheita de dados epidemiológicos dos sistemas de notificação existentes. Amudança climática é um dos principais impulsionadores para o surgimento do CTX em peixes. Embora o EuroCigua tenha sido capaz de fornecer conhecimentos e ferramentas substanciais voltadas para a caraterização do risco de CFP, foi consensual a necessidade de mais trabalho para melhor proteger os consumidores e colmatar algumas outras lacunas ainda não esclarecidas do ponto de vista técnico-científico. O regulamento (CE) nº 854/2004 do Parlamento Europeu e do Conselho de 29 de abril de 2004 exige que não sejamcolocados nomercado produtos de peixe contendo CTX; no entanto, não foram ainda estabelecidas metodologias ou limites harmonizados. A consciencialização entre profissionais de segurança alimentar, clínicos gerais e cidadãos precisa ser ativada para melhorar as respetivas notificações. Além disso, o risco de peixes importados deve ser caraterizado, uma vez que está aumentando o número de surtos de CFP na Europa. Mais caraterização do risco, elaboração de materiais de referência, formação de outros laboratórios na UE e desenvolvimento de modelagem preditiva sob mudanças climáticas na Europa precisam ser abordados neste novo acordo-parceria EuroCigua II (ECG2). O ECG2 concentrar-se-á em fornecer as bases para uma abordagem integrada para avaliar os riscos para a saúde humana de ciguatoxinas em peixes na Europa, aproveitando quer o consórcio de excelência científica estabelecido no EUROCIGUA, quer a participação de agências e instituições europeias no Conselho Consultivo como ECDC, Comissão Europeia e JRC. Sendo o CFP umproblema global cuja importância é reconhecida internacionalmente pela FAO, as colaborações internacionais com o Japão e os EUA serão mantidas e melhoradas, além de que, também a própria FAO participará do Conselho Consultivo. n REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Canals, A. et al.; 2021; Risk characterisation of ciguatera poisoning in Europe in https://efsa.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.2903/sp.efsa.2021. EN-6647; EFSA Journal 2021;18(5):EN-6647;DOI:https://doi.org/10.2903/ sp.efsa.2021.EN-6647.
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